
A história do monge é real, sua viagem consolidou o desenvolvimento do budismo no Extremo Oriente, mas a mítica do ato reuniu diversas lendas à história real, ganhando diversas versões desta fantástica e divertida aventura, cheia dos nuances da filosofia oriental. Jornada ao Oeste é um marco na literatura mundial, comparado com o épico ocidental a Odisséia de Homero, publicado originalmente por volta de 1590, em plena Dinastia Ming. Uma narrativa divertida, cheia de intrigas, perigos e tentações; demônios, monstros e outras criaturas malignas estão atrás do monge Tang Seng, afinal, basta comer um pedaço da sua carne para ganhar a vida eterna. Para combater tais ameaças, o guarda-costas Sun Wukong vai se utilizar dos seus inúmeros poderes, dignos de um Super-Homem: imunidade contra fogo, água e qualquer instrumento cortante, pode voar montado em nuvens e névoas, carregar uma montanha em cada ombro, ficar invisível e transformar-se em qualquer coisa, seja animal vegetal ou mineral. Vemos aqui, muito antes mesmo da Marvel e da DC existir, um personagem com poderes extraordinários, que mostra a possibilidade dos chineses, além de inventarem o papel, também teriam lançado a idéia dos Quadrinhos?
Com nove capítulos, a versão em Quadrinhos foi composta por diversos artistas, no formato de dois quadros por página, sem balões e com um texto abaixo dos quadros, o trabalho é uma HQ e ao mesmo tempo um livro ilustrado, com ilustrações detalhistas e uma narrativa bem simples. A edição da Conrad está caprichada, como muito de suas publicações, com ótimo prefácio de Rogério de Campos e introdução histórica do tradutor, será uma série de três volumes, que com certeza encantará pela narrativa e pelos desenhos. Um livro imperdível, Quadrinhos e arte, história e entretenimento.